Todas as vezes em que me deparo com uma “área” excedente no estudo de Feng Shui realizado em um imóvel, sempre consigo captar que algo naquele lar ou ambiente corporativo possui um desequilíbrio.
O excesso de objetos é, sim, uma fuga para algo que vem desarmonizando aquele espaço. Isso não ocorre apenas em residências. Vários ambientes empresariais também apresentam esse desafio e, muitas vezes, fica bastante aparente o acúmulo excessivo de itens desnecessários neles. Guardar papéis já sem função, itens que nunca mais serão usados ou comprar objetos para o futuro, sem perspectiva de uso, é sinal de que o desequilíbrio ligado ao excesso está presente no local.
Não vejo como desafio alguém colecionar itens de decoração, livros, peças antigas, desde que todos estejam em bom estado de uso e conservação. Porém, há um desafio quando encontro coleções de perfumes, sapatos, bolsas, roupas, relógios, etc., presentes no ambiente para compensar algo que poderia ser substituído por um único item.
A vida é constituída de ciclos, assim como a natureza. Coisas vêm e vão e, com isso, nossos gostos pessoais também se modificam. Já ouvi relatos de pessoas que sentem prazer em olhar aquele acumulado de coisas em seus armários, como se isso pudesse suprir uma falta que não pode ser compensada com a aquisição de mais e mais bens.
É comum numa consulta eu dizer que todos os excessos escondem uma falta. Quando identifico áreas excedentes nos estudos que realizo, peço logo para que se faça uma observação profunda naquela área da vida em evidência. É preciso ter cuidado para que os excessos não se transformem apenas em fuga, pois isso não levará ninguém a lugar nenhum.